O blog foi criado com a finalidade de permitir acesso aos alunos e à comunidade escolar da E. E. Henrique Diniz às atividades propostas pelo professor na sala de aula. Pretende-se, também, viabilizar o trânsito a sites de Filosofia, Sociologia, Geografia, da EJa (Educação de Jovens e Adultos) e do Ensino Médio.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Poema
Vivo ou morto
Mário Márcio de Quadros
Costumo cuspir uma cusparada elástica,
dessas que se equilíbram no ar...
Costumo...
Costumo Urinar na calçada
e me lambuzar de saudade...
[ às vezes me quero vivo ou morto! ]
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Poema
Imagem épica de um país miserável
Mário Márcio de Quadros
acuado pela PM
um homem se movimenta
entre o medo e a histeria
em seu rosto
(não bastasse a impotência)
uma crônica policial:
elemento suspeito!
(o negro sempre foi?!).
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
Sociologia: Professor Mário Márcio
COMO FUNCIONA A SOCIEDADE?
Pérsio Santos de Oliveira
Introdução:
Segundo a definição de Thomas Bottomore, a sociedade é uma rede de relações entre pessoas, grupos sociais e instituições. Uma determinada categoria trabalhista em greve, por exemplo, nos transmite a ideia de um conjunto dinâmico formado pelas relações sociais, que interligam e envolvem as pessoas em uma permanente troca de contatos sociais. Isso nos leva também à noção de processo e de transformações ao longo do tempo. Os processos sociais podem contribuir tanto para a coesão da sociedade quanto para a eclosão de conflitos e enfrentamentos em seu interior. Comte e Durkheim enfatizavam a importância da coesão e do consenso na sociedade. Marx, ao contrário, priorizava o conflito em sua forma de luta de classes. Para ele, essa luta constituía o verdadeiro motor que move as engrenagens da História.
2 – As relações sociais
Alguns estudiosos definem relação social como a forma assumida pela interação social em cada situação concreta. Assim, um professor tem um tipo de relação social com seus alunos, a relação pedagógica. Duas pessoas em uma operação de compra e venda estabelece outro tipo de relação social, a relação comercial. As relações sociais podem ser ainda políticas, religiosas, culturais, familiares, etc.
Da mesma forma que a interação social, a relação social tem por base um comportamento recíproco entre duas ou mais pessoas. Nos termos de Max Weber, essa reciprocidade é dotada de um sentido comum às pessoas envolvidas. Segundo essa definição, as relações autoridade-obediência, por exemplo, são relações sociais, pois envolvem pessoas que exercem a autoridade e pessoas que obedecem, pois aceitam a autoridade reivindicada pelas primeiras, ou se submetem a ela, às vezes a contragosto.
Em uma perspectiva diferente, Karl Marx considerava que as relações sociais eram decorrentes das relações de produção, ou seja, das relações desenvolvidas no processo produtivo, material, da sociedade. Um exemplo típico dessas relações seriam as que existem entre o dono de uma fábrica e seus empregados, ou ainda entre um dono de terra e seus arrendatários (pessoas que alugam um lote dessa terra e pagam uma quantia regular ao proprietário por esse arrendamento, ou aluguel).
Para Karl Marx, contudo, as relações sociais não se restringem ao processo de produção. Este último constitui a base em que elas se apoiam, mas as relações sociais são mais amplas. Elas estão também na sala de aula, nos laços familiares, nos vínculos entre as instituições e entre estas e as pessoas, nos laços de amizade e assim por diante. Dessa forma, pode-se dizer, como Thomas Bottomore no início do texto, que “a sociedade é uma rede de relações entre indivíduos, entre grupos sociais e entre instituições”, ou seja, uma rede de relações sociais.
A RELAÇÃO SOCIAL EM MAX WEBER
Por “relação” social deve-se entender uma conduta de várias pessoas – referida reciprocamente conforme seu conteúdo significativo, orientando-se por essa reciprocidade [conteúdo significativo é o sentido, ou significado, atribuído pelas pessoas à sua ação. Na relação social existe reciprocidade, ou seja, cada parte envolvida atribui um sentido, ou significado, à ação da outra].
Um mínimo de reciprocidade nas ações é, portanto, uma característica conceitual da relação social. O conteúdo pode ser mais diverso: conflito, inimizade, amor sexual, amizade, piedade, troca no mercado, “ruptura” de um pacto, “concorrência” econômica, erótica ou de outro tipo, etc. O conceito, pois, nada diz sobre se entre os agentes existe “solidariedade” ou exatamente o contrário. [...]
Não afirmamos de modo algum que num caso concreto os participantes da ação mutuamente referida ponham o mesmo sentido nessa ação, ou que adotem a atitude da outra parte. O que em um é amizade, amor, piedade, fidelidade contratual, pode encontra-se no outro com atitudes completamente diferentes. [Entretanto, mesmo nesses casos, existe reciprocidade em relação ao sentido atribuído à ação dos agentes], na medida em que o agente pressupõe uma determinada atitude de seu parceiro diante dele e nessa expectativa orienta sua conduta, o que poderá ter consequências para o desenrolar da ação e para a configuração da relação. OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo : Editora Ática, 2010. Pág. 57-60.
Com base nos textos, procure responder:
1 – Segundo Thomas Bottomore, o que é sociedade?
2 – Que se deve entender por relação social?
3 – O que sustenta a relação social?
4 – Para Max Weber, o que é reciprocidade?
5 – Como Karl Marx considera as relações sociais?
6 – Explique o conceito de relação social tal como foi elaborado por Max Weber.
7 – Para Weber, as partes envolvidas numa relação social atribuem o mesmo significado a essa relação? Explique sua resposta.
Filosofia - Professor Mário Márcio.
SORTE NÃO, COMPETÊNCIA.
Antônio Roberto
Quando acreditamos em algo falso, a coisa continua falsa, mas as consequências para nossas vidas são verdadeiras. À medida que alguém acredita na sorte e no azar, por exemplo, o resultado é a acomodação e a passividade. Se nosso destino já está traçado, não precisamos nos esforçar, nem enxergar as oportunidades, nem aprender onde erramos pelo fato de nada dar certo, nem refazer nossas escolhas. O que chamamos de sorte é apenas aproveitar na hora certa, as oportunidades que a vida nos oferece. Azar é o contrário disso. Há uma parábola muito antiga e muito bonita a esse respeito, de um autor desconhecido.
Havia um homem que, como a maioria das pessoas, considerava-se absolutamente sem sorte. Tudo o que ele fazia dava errado. Quando ia plantar suas sementes, os passarinhos as comiam ou a chuva forte as levava e, quando isso não ocorria, a seca acabava com suas plantações. Ele reclamava o tempo todo. Suas queixas contínuas faziam as pessoas se afastarem dele. Todos o consideravam um chato e, com isso, ele vivia muito só. Reforçando sua crença no azar. E ele não conseguia entender a razão de tanta falta de sorte.
Um dia, resolveu tomar uma atitude e ir procurar um grande mestre que vivia em uma floresta, a muitos quilômetros de sua cidade. Depois de andar muitos dias, o homem logo ao entrar na floresta se deparou com um lobo muito magro, sem pelos, que lhe falou: - Moço me ajude. Não sei o que está havendo comigo. Estou sem forças, não consigo ir ao rio beber água. Dessa forma vou morrer. – Não posso ajuda-lo, disse o homem, estou indo atrás de um mestre para me responder sobre o meu azar na vida. – Então, pergunte ao mestre o que está ocorrendo comigo, falou o lobo. E o homem continuou seu caminho.
Já no meio da floresta, ao tropeçar numa raiz, viu uma árvore quase sem folhas, com os galhos retorcidos e a casca soltando do tronco. Ao ver o espanto do homem, a árvore disse: - Não sei o que está acontecendo comigo. Estou muito doente. Há seis meses minhas folhas estão caindo. Depois da conversa, ela implorou ao homem para pedir ao mestre uma solução para seus problemas. Ele continuou sua jornada e, depois de alguns dias andando, chegou a um vale cheio de flores de várias cores e perfumes. Ele nem reparou nisso e chegou a uma casa. Diante dela estava uma moça lindíssima, que, depois de uma longa conversa, também lhe pediu um favor: - Pergunte ao mestre por que sinto tanto vazio no peito, sem nenhum motivo. O que devo fazer? Mais alguns dias de caminhada... E o homem encontrou o mestre sábio.
O homem contou sua triste vida e o mestre lhe disse: - Sua sorte está no mundo, nas pessoas, nas coisas, nas circunstâncias. Quando o homem ia saindo, o mestre lhe perguntou: - Você está esquecendo-se de alguma coisa? Não quer resposta para uma árvore, um lobo e uma jovem?
O homem voltou, ouviu as respostas e saiu em disparada. Na volta, encontrou-se com a moça: - O mestre disse que minha sorte está no mundo e o que você sente é solidão; se você encontrar um companheiro será muito feliz. A moça, então, lhe perguntou: - Você quer ser esse companheiro? – Não, respondeu o homem, não foi para ficar aqui que fiz essa viagem. Saiu correndo e encontrou com a árvore, que lhe cobrou a resposta do mestre: - O mestre disse que você está morrendo porque no meio de suas raízes há uma caixa de ferro cheia de moedas de ouro. Se você cavar e tirar esse tesouro você será saudável novamente.
- Faça isso para mim, você pode ficar com o tesouro. – O mestre falou que minha sorte está no mundo, não posso perder tempo. Adeus. E saiu correndo de volta para casa. Atravessando o resto da floresta encontrou o lobo, que estava mais magro ainda e mais fraco.
- O mestre mandou lhe dizer que você não está doente. Você tem fome e, como não tem forças para caçar, vai morrer aí mesmo, a não ser que algum estúpido passe por aqui e você consiga comê-lo. O lobo reunindo o resto de suas forças deu um pulo e comeu o homem “sem sorte”.
Acreditar em sorte ou azar é uma forma de cegueira. As oportunidades e as ameaças estão à nossa volta, todo tempo. Enquanto procuramos um culpado (o destino) para nossa vida, as oportunidades passam. Nada fazemos. Não mudamos com nossos erros e ficamos à mercê dos infortúnios. ROBERTO, Antônio. Sorte não, competência. Estado de Minas. Belo Horizonte, 21 de fevereiro de 2010. Caderno BEMVIVER, p. 2.
Com base no texto, procure responder conforme se pede:
1 – Por que “acreditar em sorte ou azar é uma forma de cegueira”?
2 – Que se deve entender por “sorte”, segundo o autor?
3 – O homem da fábula era uma pessoa azarenta? Justifique sua resposta com partes do texto.
4 – E você é sortudo, ou um azarão? Toda sorte tem, quem acredita nela... É verdade? Escreva um testículo dando seu parecer.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Ética e Cidadania - Professor Mário Márcio.
RESPEITO MÚTUO
Maria Radespiel
“O tema ‘respeito’ é central na moralidade. E também é complexo, pois remete a várias dimensões de relações entre os homens, todas “respeitosas”, mas em sentidos muito diferentes. Pode-se associar respeito à idéia de submissão. É o caso quando se fala que alguma pessoa obedece, incondicionalmente, a outra. Tal submissão pode vir do medo: respeita-se o mais forte, não porque mereça algum reconhecimento de ordem moral, mas simplesmente porque detém o poder. Porém, também pode vir da admiração, da veneração (porque é mais velho ou mais sábio, por exemplo), ou da importância atribuída a quem se obedece ou escuta (diz-se "respeito muito as opiniões de fulano”). Nesses exemplos, o respeito é compreendido de forma unilateral: consideração, obediência, veneração de um pelo outro, sem que a recíproca seja verdadeira ou necessária.
Um intelectual observou bem a presença desse respeito unilateral na sociedade brasileira, por meio de uma expressão popularmente freqüente: “Sabe com quem está falando?”. Essa expressão traduz uma exigência de respeito unilateral: “Eu sou mais que você, portanto, respeite-me”. É a frase que muitas “autoridades” gostam de empregar quando se sentem de alguma forma, desacatadas no exercício de seu poder.
Porém, outra expressão popular também conhecida apresenta uma dimensão diferente do respeito: “Quem você pensa que é?”. Tal pergunta traduz a destituição de um lugar imaginariamente superior que o interlocutor pensa ocupar. Essa expressão é a afirmação de um ideal de igualdade, ou melhor, de reciprocidade: se devo respeitá-lo, você também deve me respeitar; não é a falta de respeito, mas sim a negação de sua associação com submissão. Trata-se de respeito mútuo. E o predicado “mútuo” faz toda a diferença.
Ora, é claro que tanto a dignidade do ser humano quanto o ideal democrático de convívio social pressupõem o respeito mútuo, e não o respeito unilateral.
(...) respeitar e ser respeitado: ao dever de respeitar o outro, articula-se o direito (e a exigência) de ser respeitado. Considerar o respeito mútuo como dever e direito é de suma importância, pois, ao permanecer apenas um dos termos, volta-se ao respeito unilateral: “devo respeitar, mas não tenho direito de exigir o mesmo” ou “tenho o direito de ser respeitado, mas não o dever de respeitar os outros”.
O respeito pelos lugares públicos, como ruas e praças, também deriva do respeito mútuo. Como tais espaços pertencem a todos, preservá-los, não sujá-los ou depredá-los é dever de cada um, porque também é direito de cada um poder desfrutá-los.” (RADESPIEL, Maria. Alfabetização sem Segredos (temas transversais). Ética. Belo Horizonte : Editora IEMAR, s/d. p. 11 e 12.)
Com base no texto acima, responda, conforme se pede, às questões Um e Dois.
1ª Questão: O tema “respeito” é central na moralidade. Podemos associá-lo à idéia de submissão quando é unilateral ou a um ideal de igualdade e reciprocidade , quando o respeito é mútuo.
Assinale xis na alternativa abaixo que pressuponha o respeito em seu ideal de igualdade e reciprocidade:
A – “Tenho o direito de ser respeitado, mas não o dever de respeitar os outros”.
B – Tenho o dever de respeitar os outros, mas não tenho o direito de ser respeitado.
C – Tenho o direito de ser respeitado, assim como eu respeito a mim mesmo.
D – Tenho o dever de respeitar o outro, e o direito de ser respeitado.
2ª Questão: “Respeitar e ser respeitado: ao dever de respeitar o outro, articula-se o direito (e a exigência) de ser respeitado...”.
Diante dessa premissa podemos afirmar que:
A – O respeito é mútuo e unilateral.
B – Ao dever de desrespeitar o outro, articula-se o direito de ser respeitado.
C – Considerar o respeito mútuo como dever e direito é de suma importância.
D – Ao dever de respeitar o outro, articula-se o direito de ser desrespeitado.
3ª Questão: Você respeita seus pais? Por quê? De que forma eles se fazem respeitar? Esse respeito é mútuo ou é unilateral?
4ª Questão: Você respeita seus professores? Por quê? De que forma eles se fazem respeitar? Esse respeito é mútuo ou é unilateral?
5ª Questão: Por que você é agressivo? Assinale xis na alternativa abaixo que mais se aproxima de você.
A – Eu me considero menos que as outras pessoas.
B – Eu me acho o máximo. Simplesmente demais!
C – Eu aprendi a ser agressivo com a minha família.
D – Eu não me acho agressivo. Acredito no respeito mútuo.
Justifique sua resposta.
6ª Questão: Determinados professores não são respeitados por que “não põe moral na turma”. O que isso significa?
7ª Questão: Escreva um texto explicando a importância de se respeitar as pessoas.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Poema
Bem-te-quero minha
Autor: Mário Márcio de Quadros
Moça ouve bem,
O que bem faço
Num piscar de olhos,
Fração de segundos:
R I S C A R
Em papel pautado,
Um coração aflechado,
e s p a ç o s o
p r o f u n d o...
Moça ouve bem,
Que bem te quero
Num piscar de olhos
Fração de segundos:
Querendo-me
[agora]
a teu lado
a p a i x o n a d a
r e i n v e n t a n d o
o m u n d o.
sábado, 25 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Crônicas do Professor
DOUTRINAS SOCIAIS:
CAPITALISMO VERSUS CAPITALISMO
Professor Mário Márcio de Quadros
Desde a queda do Muro de Berlim (1989) e o desmembramento da União Soviética (1991) tem-se a idéia de que o Capitalismo “venceu” a guerra fria: a disputa política e ideológica empreendida entre os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Esses dois eventos marcariam o fim do socialismo? Não acredito!
As mudanças históricas não são o resultado apenas de marcos cronológicos. Não foi a derrubada de um muro ou o desmembramento de uma “união” que acabou com o socialismo. Esse sistema, da forma como nasceu, estava mesmo fadado ao fracasso.
A idéia de propriedade coletiva dos meios de produção, de uma economia “planificada” e destinada ao bem-estar da coletividade, não ocorreu de fato. Os bolcheviques em nome da “classe trabalhadora” tomaram o poder. E nele permaneceram em nome da vaidade pessoal de seus membros. Silenciaram os sovietes[i]. Deixaram de ouvir o povo...
Claro, uma ou outra mudança positiva aqui e ali ocorreu: os trabalhadores tiveram acesso a terra. Seus filhos e netos estudaram. Obtiveram entrada à assistência médica e odontológica, mas... Em nome do culto à personalidade das lideranças, alimentados por certezas dogmáticas, não admitiam sequer a hipótese de serem questionados. Torturavam e matavam quem se opunha à forma como estava sendo conduzido o regime comunista do “partidão”.
É possível que a autocracia[ii] tenha carcomido (destruído) em suas bases o ideal socialista: ser a grande força de transformação social da classe trabalhadora. Aliás, a liderança do Partido Comunista se comportava como os burgueses: cultivava a “passividade do proletariado”. Para ela, o ensino tradicional, por exemplo, criaria pessoas submissas, que jamais desobedecem aos patrões e ao governo.
O sistema socialista de um estado ubíquo[iii] e onisciente[iv] se fazia ouvir pelo terror da tortura física e psicológica de seus opositores. O terror da “mão invisível” de um governo autólatra[v], dono e senhor absoluto da verdade...
Embora condenado ao fracasso pelo narcisismo[vi], repressão e domínio ideológico, o socialismo não morreu. A queda do muro e o desmembramento da União Soviética apenas assinalaram uma nova fase da economia mundial.
De certa forma, a aparente vitória do sistema capitalista só ocorreu porque houve certa conjugação e incorporação de ingredientes marxistas a esse sistema. O trabalhador continua sendo explorado pela burguesia, mas é menos... Continua alienado[vii], mas é menos que antes... No Capitalismo, o direito à vida, à liberdade e à propriedade tem sido estendido a todos os indivíduos. A situação da classe trabalhadora tem melhorado. Há empresas, inclusive, que dividem parte de seu lucro com seus funcionários. E não é porque o burguês deixou de ser burguês, não. A verdade é bem outra: operários bem remunerados são operários felizes. E gente feliz produz mais. Gera mais lucro. Lucro que será dividido com a classe trabalhadora. Com mais dinheiro no bolso, o operário gasta mais, e tem mais conforto. Vivendo melhor, o trabalhador [menos alienado] nem vai se lembrar de conflito de classes ou da desigualdade social. E... Viva o “socialismo”!
Barbacena, 24 de setembro de 2010.
[i] Conselho celebrado por diversas pessoas.
[ii] Governo de um príncipe, com poderes ilimitados e absolutos.
[iii] Que está ao mesmo tempo em toda parte, onipresente.
[iv] Que sabe tudo, onissapiente.
[vi] Amor excessivo a si mesmo.
[vii] Processo ligado essencialmente à ação, à consciência e à situação dos homens, e pelo qual se oculta ou se falsifica essa ligação de modo que apareça o processo (e seus produtos) como indiferente, independente ou superior aos homens, seus criadores.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Atividade Avaliada de Sociologia
PATERNIDADE
Décio Noronha
A base da sociedade é a família. Porém...
Pouca ou nenhuma atenção tem-se dado à família e aos papéis que cada membro nela exerce. A família é a unidade básica do desenvolvimento e da experiência, da realização ou do fracasso. Ela sofre modificações de tempos em tempos, sendo, em última instância, um produto da evolução. Por outro lado, permanece sempre um pouco da família velha na nova, atingindo uma espécie de imortalidade.
Em cada mudança da estrutura social a família sofre, também, mudanças na sua gênese. Não trazemos dentro de nós somente uma família, mas várias famílias e, sendo assim, ela não possui só uma identidade, mas inúmeras. O papel de pai, o papel de mãe e o papel de filho só adquirem significado dentro de um determinado tempo e dentro de um processo extremamente dinâmico, que é a modificação da sociedade.
É bom definirmos o que é um papel. De acordo com Moreno, “papel é a expressão social da conduta”. É uma unidade adaptativa da personalidade em ação.
Todos nós sabemos, ou idealizamos o que é ser uma boa mãe, mas ficamos na dúvida do que vem a ser um bom pai. Uma boa mãe é aquela que vai ao encontro das necessidades vitais do recém-nato, seja protegendo-o, seja alimentando-o, ou cuidando dele em todos os seus primeiros momentos. E o pai? Talvez sua função seja muito mais a de proteger a mãe e o filho, prover o que eles necessitam enfrentar o perigo externo e lutar pela segurança deles. Talvez ele seja até o vínculo entre a família e o mundo externo. Esta é uma afirmação que pode se amoldar [se ajustar] a um determinado tipo de sociedade, especificamente aquela que denominamos de ocidental e cristã.
A maternidade é um fato. A paternidade é apenas uma possibilidade. Pode-se ignorar a paternidade, mas nunca a maternidade. Dependemos do papel de mãe para se explicar o papel de pai. E uma primeira fase, mãe e filho são praticamente uma só pessoa. O pai é apenas uma figura subsidiária, completamente alijada de funções biológicas com relação à prole. Sobra-lhe apenas propiciar certo equilíbrio para que os primeiros relacionamentos interfamiliares se processem sem muitos traumas. O pai na nossa atual sociedade é, nestes primeiros relacionamentos, uma figura estranha, não por vontade expressa dele, mas por contingência de função que culturalmente lhe foi outorgada: a de provedor. O relacionamento mãe-filho exclui a figura paterna, pela própria natureza simbiótica deste relacionamento. A intromissão esporádica da figura paterna neste vínculo simbiótico dá uma nova direção a estes sentimentos.
A criança, que possuía sentimentos ambivalentes em relação à figura materna, encontra um objeto novo para descarregar seu ódio, sua raiva, suas insatisfações para com o objeto primário. Estes sentimentos ambivalentes em relação à mãe, isto é, um mesmo objeto merecedor de amor e ódio externos depende do nível de frustrações que este objeto produz.
A criança, que dentro de seu pensamento mágico, nega a existência de outros vínculos com o exterior, aos poucos vai percebendo que não está só no seu mundo. Que existe outra pessoa. Nada mais fácil que onipotentemente projetar seus medos e sua raiva para esta terceira pessoa, transformando a mãe em tudo que é “bom” e a outra pessoa – o pai – naquilo que é “mau”. A paternidade se processa de um modo nem sempre tranqüilo, mas carregado de sentimentos negativos. Verificamos que a interação da criança com seu pai, além de representar a mais tenra separação dela, criança, da sua mãe, simboliza a possibilidade de se relacionar com outras pessoas, fazendo-a perceber os vários elementos existentes na, até então, relação simbiótica.
Tal situação pode gerar um sentimento de perda da mãe, que, na tentativa de reafirmar e defender seu papel, acaba por instigar uma dicotomia de funções, onde ela teria preponderantemente uma função biológica, e o pai, essencialmente social.
Mas qual é a atuação do homem nesta sociedade que atualmente estamos vivendo? Como é que ele se sente dentro de uma sociedade que o valoriza pelo que possui em bens de consumo e não pelo que é como ser humano? Como é sentir-se apenas peça de uma engrenagem, com uma personalidade estereotipada e uma necessidade brutal de vencer, ser reconhecido, e, supervalorizar-se para adquirir o respeito da sociedade e de seus descendentes? Aqui caímos no mito do herói, do super-homem. Ao homem não cabe mais prover, mas super-prover, não mais proteger, mas super-proteger, não mais amar, mas super-amar. Podemos até entender, agora, a necessidade que ele tem de exigir o orgasmo de sua companheira na relação sexual. Nada mais é que o reflexo de sua insegurança e de seu medo do fracasso total. Daí o escape para a bebida, para o futebol, para o clube do bolinha, para aventuras sexuais e, até mesmo, para a família de origem, demonstrando claramente que deseja muito mais ser um filho do que um pai, muito mais ser protegido do que proteger. Passa a ser o anti-herói, isto é, o protótipo do fracasso.
É preciso que o homem compreenda que grandes modificações estão ocorrendo, que a força está sendo substituída pela técnica, pelo consenso, e que o conhecimento e o saber estão sendo distribuídos de modo razoavelmente igual para ambos os sexos. Estamos caminhando de modo lento, porém inexorável, para uma nova família. Felizmente, não mais se está construindo famílias com os moldes de antigamente. A própria dinâmica da sociedade, que transformou a família, que era extensiva, em uma família nuclear, está modificando papéis e funções, tanto do homem quanto da mulher. (Do livro Macho, masculino, homem: a sexualidade, o machismo e a crise de identidade do homem brasileiro. Diversos autores. Porto Alegre, L&PM, 1986. Págs. 34-38).
COM BASE NO TEXTO ACIMA, E NA SUA EXPERIÊNCIA DE VIDA, RESPONDA CONFORME SE PEDE.
1 – A família é a base da sociedade, por quê? Justifique sua resposta com partes do texto.
2 – Explique: “não trazemos dentro de nós somente uma família, mas várias famílias...”
3 – Que se deve entender por “papel” social?
4 – O que é e para que “serve” um bom pai?
5 – A maternidade é um fato. A paternidade é apenas uma possibilidade, por quê?
6 – Culturalmente que função foi outorgada ao pai?
7 – No ocidente a mãe tem preponderantemente uma função biológica, e o pai, essencialmente social, por quê?
8 – Qual é a atuação do homem nesta sociedade que atualmente estamos vivendo?
Atividade Avaliada de Filosofia
DOS DESENCONTROS
Ana Maria Machado
A flexibilidade que vemos hoje nos relacionamentos, esse leque de opções de modos de se relacionar, tem como contrapartida – talvez por uma pressão social proveniente do capitalismo e do individualismo – uma tendência à insatisfação. Em outras palavras, existe uma premência[1] de partir para a próxima relação. Então, apesar de tantas possibilidades, por que muitas vezes as pessoas não conseguem resolver certas questões dentro da relação em que já estão? Se dizemos que “família é tudo igual”, “mãe é tudo igual”, com o próximo parceiro ou companheiro as dificuldades não serão as mesmas? De onde surge a premência da troca? Creio que esse desencontro, esse equívoco deriva da expectativa, ilusória, de que o outro vem pronto para mim. Uma noção característica de nossa sociedade de consumo. Ou eu quero e me serve, ou vou à loja e troco. Quer dizer, por vezes perde-se a noção de que o relacionamento é uma construção, um contrato renovável em que as regras se alteram durante sua vigência, altera-se o tipo de relação que se quer etc. É preciso conversar franca e abertamente; acho que falta falar mais, dialogar. O amor nasce da imaginação expressa em palavras. Quando não se conversa sobre isso ou quando se ridiculariza o assunto, dizendo que discutir a relação é coisa de mulher, aí acabou, sai cada um para um lado, fazer outra coisa. Não houve um investimento.
Acho que a busca permanente de alguns decorre da suposição de que o outro está pronto e que esse outro é sua “metade da laranja”, é sua “alma gêmea” ou não é nada – é só trocar, devolve-se este para pegar um no seu número ou em outra cor ou modelo. Mas as coisas não são assim. Os relacionamentos são dinâmicos, alteram-se, são repactuados, e é essa compreensão que permite seu crescimento e, eventualmente, sua manutenção.
Por outro lado, quantas e quantas vezes não se vêem gente que teve uma bela relação durante dez, quinze anos, mas que, num determinado momento, percebe que não dá mais, sai para outra, ou foram às circunstâncias que mudaram, e as pessoas acham que o casamento foi um fracasso. Não foi, durou aquele tempo. As pessoas mudaram no decorrer da vida. Nós estamos mais longevos, estamos vivendo experiências que não são apreendidas da mesma maneira pelos parceiros, por mais que sejam íntimos, por mais que se acompanhem. Quando eles conversam muito, é mais fácil seguir juntos, mas quando cada um de nós leva sua vida num compartimento estanque (e isso não tem nada a ver com morar junto ou não; não é uma questão de tipo de família), enfim, quando não se dialoga sobre o que importa, e não se compartilha o entusiasmo por uma coisa, uma dúvida sobre outra, um sofrimento, uma aflição, então aí vai aumentando o distanciamento. Chega um dia em que eles concluem que já não têm tanto em comum. Mas isso não quer dizer que tudo que ficou para trás tenha sido um fiasco. Quis falar desse cenário porque muitas vezes existe uma cobrança da pessoa consigo mesma, uma tendência de se culpar. (MACHADO, Ana Maria & SCLIAR, Moacyr. Amor em texto, amor em contexto: um diálogo entre escritores. Campinas, São Paulo : Papirus 7 Mares, 2009. (Coleção Papirus Debates). PP. 46-48).
A PARTIR DA LEITURA DO TEXTO ACIMA, PROCURE RESPONDER CONFORME SE PEDE.
1 – Segundo a autora, de onde surge a premência (a urgência) da troca [de parceiros]?
2 – Discutir a relação é coisa de mulher? Justifique sua resposta com partes do texto.
3 – As coisas são assim... O outro é nossa “metade da laranja”, ou não é nada disso? Justifique sua resposta.
4 – Um casamento que durou dez, quinze, vinte anos e depois termina, foi um fracasso?
5 – Para a autora, o que é fundamental para se sustentar um relacionamento duradouro? Você concorda? Justifique-se
sábado, 18 de setembro de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Filosofia: "O sentido da vida"
Antônio Roberto
Inúmeras pessoas se queixam da falta de sentido na vida. Essa reclamação só ocorre em momentos de sofrimento, desilusão, depressão e estresse. Nunca nos perguntamos pelo sentido da vida quando estamos felizes, usufruindo algum prazer, em estado de graça. A vida, no entanto, não tem, em si mesma, nenhum sentido. É nascer, viver e morrer. Essa afirmação, no entanto, não guarda nenhum pessimismo ou frustração. Ao mesmo tempo, é justamente pelo fato de a vida não ter nenhum sentido que nós podemos criar um sentido para a nossa vida – escrever os próprios sonhos, criar os nossos caminhos, construir uma existência própria.
Duas condições são básicas para um sentido à vida. Primeiramente não aceitar a pressão social para um sentido padronizado da vida. Cada um de nós é um indivíduo e, por isso, singular. Cada um tem sua particularidade, gostos, opções... E a construção vital deve obedecer a essa singularidade. A sociedade tende à padronização e estabelece regras que nos farão felizes. A autonomia humana, ao contrário, estabelece que a felicidade é pessoal, intransferível e inalienável. A felicidade ou o sentido da vida é personalizado. Quando muito, posso apenas partilhar esse sentido com o sentido da vida de outras pessoas.
A segunda condição é saber que não adianta procurar fora de nós mesmos o rumo da existência. Não podemos pegar carona na vida de outras pessoas. Os pais, cujo sentido existencial está nos filhos, o marido ou a mulher, cuja graça de viver depende totalmente do outro, as pessoas que depositam todo o valor da vida no sucesso social, no dinheiro, no poder, no domínio e controle de outrem estão fadados, mais cedo ou mais tarde, a um vazio e à perda do sentido da vida.
O amar a si próprio e a aceitação de si mesmo nos fazem ter sintonia com nosso coração, intuição e desejos, que determinam nosso rumo na vida. Como a vida só existe no momento presente, o seu sentido é também sempre agora. O contrato feito com nossos sentimentos e com nosso corpo é o alicerce seguro para que nossa cabeça planeje a entrada. Na mesma proporção do auto-amor, deve ser considerado o amor às outras pessoas. É impossível aprender, significativamente, o amor sem a partilha, sem soltar as amarras do coração e deixar que nossa luz envolva quem se aproximar.
A inteireza, a totalidade, o envolvimento com o outro são sinais de rumo, de significado. Dizia o Pequeno Príncipe: “Só se vê bem com o coração”. A lógica e a racionalidade, desvinculadas da emoção, nos conduzem a um sentido da vida periférico, sem sustentação...
A vida é emocional. Nós somos aquilo que sentimos. As emoções, por outro lado, é uma bússola. Elas nos dizem se estamos no rumo errado. As emoções dolorosas, chamadas de negativas, nos convidam a uma mudança de rota. As positivas nos mostram o caminho certo. Um outro aspecto relevante do sentido da vida é sua relação com a aceitação ou não da realidade.
Certa vez, um jovem deprimido, de 24 anos, me apresentava a seguinte questão:
- “Que sentido tem a vida? Se um dia vou morrer, pra que estudar?”.
Nós não escolhemos nascer, não escolhemos morrer. A única escolha que nos sobrou foi como viver. Se aceitarmos a realidade tal qual ela é, com seus altos e baixos, seus verões e invernos, nossa vida terá a totalidade dos opostos e sentiremos um imenso prazer no fato de estarmos vivos. Se, ao contrário, de maneira onipotente, queremos uma vida idealizada e perfeita, sem erros, sem perdas e sem dor, nossa existência se torna um recuo, uma fuga, um medo de viver.
O grande problema humano não é a perda, a doença ou a morte, mas o medo dessas coisas. Aceitar a fragilidade humana e não resistir à realidade nos faz participantes da melhoria do mundo e protagonistas ativos dessa brincadeira, que é viver. Há coisas que estão sob nosso controle e outras que não estão. A felicidade, o sentido dado à nossa vida, vem da nossa disponibilidade. Viver, como diz Guimarães Rosa, é muito perigoso. Um sim aos riscos, ao desconhecido e ao inesperado nos faz participantes esperançosos do mistério da realidade. A vida é um mistério para ser vivido e não um enigma a ser decifrado. Enquanto nossa cabeça tentar explicar o mundo, de onde viemos e para onde vamos, perdemos o sol, as cores, o afeto, o gosto, o tato, os sons oferecidos ao nosso corpo. A vida é apenas para ser saboreada.” [Estado de Minas – Domingo, 4 de janeiro de 2004, Caderno Bem Viver, página 2.]
COM BASE NA LEITURA DO TEXTO ACIMA, RESPONDA:
1. A vida, segundo Antônio Roberto, “não tem, em si mesma, nenhum sentido...” Por outro lado, o autor fala, também, que essa afirmação “não guarda nenhum pessimismo ou frustração...”, por quê?
2. “Duas condições são básicas para um sentido à vida”, quais são elas, segundo o autor?
3. “... amar a si próprio e a aceitação de si mesmo nos fazem ter sintonia com nosso coração...”, por quê? Justifique sua resposta com partes do texto.
4. “Só se vê bem com o coração”, por quê?
5. “A vida é emocional”, o que isso significa?
6. “O grande problema humano não é a perda, a doença ou a morte, mas o medo dessas coisas”, por quê?
Filosofia: "Mulheres: um tipo de escravidão?"
“Desde os tempos da colonização, a sociedade tinha uma organização em que os homens possuíam mais poder e mais prestígio que as mulheres. Os homens tinham mais estudo, ocupavam os cargos mais importantes, tomavam todas as decisões políticas e econômicas. As leis e os costumes reforçavam o domínio masculino. As crianças eram educadas para aceitar a superioridade dos homens como algo natural.
As relações [entre os homens e as mulheres] podiam até ser violentas. Mulheres eram espancadas, estupradas, assassinadas. No casamento, tinham de se manter submissas [a seus pais e a seus maridos e/ou companheiros].
As mulheres das classes média e alta nunca andavam sozinhas na rua. Deviam estar sempre acompanhadas por um parente ou uma escrava, imagine a dificuldade que tinham para namorar! Os rapazes e as moças trocavam olhares discretos na rua, no teatro, no salão de baile. Então, o rapaz visitava o pai da moça e a pedia em noivado. Se o pai e a escolhida concordassem, eles podiam se encontrar. Davam-se as mãos e viam-se sempre na presença de um adulto. Claro que sempre achavam uma oportunidade para, escondidos, dar um beijo e trocar um carinho mais forte. Mas a moça se casava virgem.
As mocinhas eram educadas para casar e obedecer ao marido. Nas classes média e alta, aprendiam pouco além de ler e escrever. O que valia era saber costurar, tocar piano, agradar ao futuro esposo. Nas classes mais baixas, elas estudavam menos ainda. O analfabetismo era maior entre as mulheres [pobres]. Tinham de trabalhar (como costureiras, lavadeiras, criadas), cuidar da família e, do mesmo modo, aceitar as ordens do marido.
Algumas mulheres das classes média e alta buscaram a emancipação nos estudos. Formaram-se as primeiras advogadas e médicas brasileiras. Mas as leis proibiam sua atuação profissional!” (SCHMIDT, Mario. Nova História Crítica. São Paulo : Nova Geração, 1999. Vol. 3, pág. 292)
A partir do que é apresentado pelo autor do texto acima, procure responder:
1.0 Desde os tempos da colonização, os homens possuíam mais poder e mais prestígio que as mulheres, por quê? Justifique sua resposta citando partes do texto.
2.0 De que forma, segundo o autor, as crianças [sobretudo as meninas] eram educadas?
3.0 As mulheres eram e têm sido até hoje vítimas de violência, por quê? Você acha isso natural? Justifique sua resposta.
4.0 Os homens são “superiores” às mulheres? Justifique sua resposta.
5.0 Meninos e meninas estudavam em escolas separadas. As meninas recebiam menos instrução que os meninos. Que habilidades as mulheres deviam desenvolver, por quê?
6.0 Trabalhando em escolas públicas (Municipal e Estadual), tenho percebido que alguns adolescentes (bem poucos) se levam mais a sério nos estudos (e na vida) que outros A seu ver, por que isso acontece? Algumas pessoas são menos inteligentes (e menos capazes) que outras? Ou será que pela força (na base da “porrada”, falta de educação, desrespeito às regras morais e sociais) os indivíduos serão absorvidos pelo mercado de trabalho? Ou essa história de trabalhar, constituir uma família, ser competente naquilo que escolheu fazer na vida, ser uma pessoa de Fé, não é mais importante? Ou ainda: ser irresponsável, não assumir a própria vida, viver escorado em leis [como o ECA, por exemplo, que reconhece direitos e ignora os deveres dos adolescentes], caracteriza a nova geração?
Redija um texto [de 15 a 25 linhas] discutindo essas questões.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Atividade Avaliada de Geografia
A MISÉRIA INEVITÁVEL: MALTHUS
Mário Schmidt
“Para muitos burgueses, a culpa da miséria era dos próprios trabalhadores. Assim pensava o economista inglês Thomas Malthus (1766-1834). Em seu Ensaio sobre o princípio da população (1798), Malthus diz que a quantidade de alimento que a humanidade produzia crescia em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...), mas a população mundial crescia muito mais rápido, em progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128...). Ou seja, a quantidade de bocas estaria aumentando mais depressa do que a quantidade de pratos de comida. Qual seria a conseqüência disso? Em breve haveria muito mais gente do que alimento disponível para todos. A fome, então, seria inevitável.
E por que, para Malthus, a população crescia tão depressa? Porque os pobres tinham muitos filhos, dizia ele. Portanto, os culpados pela pobreza seriam os pobres, os quais não conseguiam alimentar. Felizmente, segundo ele, as guerras, as pestes, as catástrofes naturais (enchentes, terremotos) e a própria fome se incumbiam de reduzir a população até um ponto de equilíbrio entre a quantidade de pessoas e a de comida...
O que o governo deveria fazer? Absolutamente nada. As pessoas que defendiam leis sociais, hospitais para pobres, aposentadoria para os velhinhos, proteção para os órfãos eram malfeitores da humanidade, porque estavam lutando por recursos que fariam a população crescer mais ainda. Malthus também criticava a distribuição de renda. Para ele, os únicos responsáveis pelo desenvolvimento da economia, das artes e das ciências eram as classes ricas. Elas é que investiam capital, elas é que patrocinavam artistas e inventores. Por isso, cobrar impostos dos ricos para ajudar as classes mais pobres seria um grande prejuízo para toda a humanidade: impediria o progresso da tecnologia e da economia, arruinaria o desenvolvimento cultural.
Malthus defendia o puro liberalismo econômico, ou seja, para ele as forças do capitalismo deveriam gozar de total liberdade e o governo não tinha de perder tempo ajudando os pobres. Só assim haveria pleno progresso.
Malthus não era o único a pensar assim. O Parlamento inglês mostrou que tinha idéias semelhantes quando adotou uma lei (1834) que abolia qualquer ajuda do governo aos desempregados. Os respeitáveis deputados argumentaram que a ajuda do governo aos pobres só serviria para estimular a preguiça. O desamparo dos pobres seria um incentivo para que eles procurassem emprego (por qualquer salário...) e se dedicassem a ele, o que levaria ao desenvolvimento da economia em benefício de todos. (“Será que todos realmente seriam beneficiados”?). (SCHMIDT, Mário Furley. Nova História Crítica. São Paulo : Nova Geração, 1999. Vol. 3. Págs. 115-116) .
A partir do que é apresentado pelo autor do texto acima, procure responder:
1) Para muitos burgueses, a culpa da miséria era dos próprios trabalhadores, por quê?
2) E por que, para Malthus, a população crescia tão depressa?
3) Segundo Malthus, o que o governo deveria fazer para acabar com a pobreza? Por quê?
4) Malthus defendia o puro liberalismo econômico. E o que esse “puro” liberalismo econômico defendia?
5) Reescreva a Teoria de Malthus a respeito do crescimento da população e da produção de alimentos nos países capitalistas. A que conclusão ele chega? Dê sua opinião. Você concorda com ele? Justifique sua resposta.
6) Escreva um texto entre 15 e 30 linhas, no máximo, a respeito da prestação de serviço em sua comunidade. Que tipo de serviço básico é mais precário no seu bairro: fornecimento de água, calçamento, esgoto, transporte, trabalho, lazer, educação, moradia, saúde, higiene, “limpeza urbana”? Escolha um ou mais itens dos citados acima e desenvolva seu texto.
Ásia (mudo)
Dado o mapa acima, procure responder conforme se pede:
1. Identifique os países e capitais do Oriente Médio.
2. Identifique os oceanos e golfos que banham essa região (o Oriente Médio).
3. Identifique o mar [Vermelho] e o canal [de Suez] que permitem a ligação entre o continente asiático e a Europa.
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