sexta-feira, 11 de junho de 2010

Atividade Avaliada de Geografia

A MISÉRIA INEVITÁVEL: MALTHUS
Mário Schmidt
       “Para muitos burgueses, a culpa da miséria era dos próprios trabalhadores. Assim pensava o economista inglês Thomas Malthus (1766-1834). Em seu Ensaio sobre o princípio da população (1798), Malthus diz que a quantidade de alimento que a humanidade produzia crescia em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...), mas a população mundial crescia muito mais rápido, em progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128...). Ou seja, a quantidade de bocas estaria aumentando mais depressa do que a quantidade de pratos de comida. Qual seria a conseqüência disso? Em breve haveria muito mais gente do que alimento disponível para todos. A fome, então, seria inevitável.
       E por que, para Malthus, a população crescia tão depressa? Porque os pobres tinham muitos filhos, dizia ele. Portanto, os culpados pela pobreza seriam os pobres, os quais não conseguiam alimentar. Felizmente, segundo ele, as guerras, as pestes, as catástrofes naturais (enchentes, terremotos) e a própria fome se incumbiam de reduzir a população até um ponto de equilíbrio entre a quantidade de pessoas e a de comida...
       O que o governo deveria fazer? Absolutamente nada. As pessoas que defendiam leis sociais, hospitais para pobres, aposentadoria para os velhinhos, proteção para os órfãos eram malfeitores da humanidade, porque estavam lutando por recursos que fariam a população crescer mais ainda. Malthus também criticava a distribuição de renda. Para ele, os únicos responsáveis pelo desenvolvimento da economia, das artes e das ciências eram as classes ricas. Elas é que investiam capital, elas é que patrocinavam artistas e inventores. Por isso, cobrar impostos dos ricos para ajudar as classes mais pobres seria um grande prejuízo para toda a humanidade: impediria o progresso da tecnologia e da economia, arruinaria o desenvolvimento cultural.
       Malthus defendia o puro liberalismo econômico, ou seja, para ele as forças do capitalismo deveriam gozar de total liberdade e o governo não tinha de perder tempo ajudando os pobres. Só assim haveria pleno progresso.
       Malthus não era o único a pensar assim. O Parlamento inglês mostrou que tinha idéias semelhantes quando adotou uma lei (1834) que abolia qualquer ajuda do governo aos desempregados. Os respeitáveis deputados argumentaram que a ajuda do governo aos pobres só serviria para estimular a preguiça. O desamparo dos pobres seria um incentivo para que eles procurassem emprego (por qualquer salário...) e se dedicassem a ele, o que levaria ao desenvolvimento da economia em benefício de todos. (“Será que todos realmente seriam beneficiados”?). (SCHMIDT, Mário Furley. Nova História Crítica.  São Paulo : Nova Geração, 1999. Vol. 3. Págs. 115-116) .
       A partir do que é apresentado pelo autor do texto acima, procure responder:
1)      Para muitos burgueses, a culpa da miséria era dos próprios trabalhadores, por quê?
2)      E por que, para Malthus, a população crescia tão depressa?
3)      Segundo Malthus, o que o governo deveria fazer para acabar com a pobreza? Por quê?
4)      Malthus defendia o puro liberalismo econômico. E o que esse “puro” liberalismo econômico defendia?
5)      Reescreva a Teoria de Malthus a respeito do crescimento da população e da produção de alimentos nos países capitalistas. A que conclusão ele chega? Dê sua opinião. Você concorda com ele? Justifique sua resposta.
6)      Escreva um texto entre 15 e 30 linhas, no máximo, a respeito da prestação de serviço em sua comunidade. Que tipo de serviço básico é mais precário no seu bairro: fornecimento de água, calçamento, esgoto, transporte, trabalho, lazer, educação, moradia, saúde, higiene, “limpeza urbana”? Escolha um ou mais itens dos citados acima e desenvolva seu texto.

Um comentário: