O blog foi criado com a finalidade de permitir acesso aos alunos e à comunidade escolar da E. E. Henrique Diniz às atividades propostas pelo professor na sala de aula. Pretende-se, também, viabilizar o trânsito a sites de Filosofia, Sociologia, Geografia, da EJa (Educação de Jovens e Adultos) e do Ensino Médio.
sábado, 24 de setembro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Poema
morto de fome
Mário Márcio de Quadros
quando pedi a sua mão
as minhas mãos suaram frio
a propósito
eu não estava nervoso
estava era com o estômago vazio.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Poema
Olhos arregalados
Mário Márcio de Quadros
Entretidos
Somos estrangeiros
A nós mesmos...
São João Del-Rei, fevereiro de 1978.
Poema
PELAS TANTAS
Mário Márcio de Quadros
Portas e janelas escancaradas.
No chão: pontas de cigarro.
Ao som de Caetano,
Corro os olhos em Cecília.
Lá pelas tantas
E às margens de Iracema,
Antes de qualquer coisa
Mais vaga e solúvel
Tomo um porre e adormeço.
[Talvez eu viva em abandono,
Por obra e graça de minha ausência...]
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
NÃO SE APRENDE POR OSMOSE
Crônica do Professor
Mário Márcio de Quadros
É possível que, hoje em dia, estudar e se dedicar aos estudos não faça parte do universo simbólico de nossos jovens. Independentemente de serem ou não de escola pública, nossa juventude não lê. E quando lê, não entende o que leu, por falta de hábito, talvez. Por isso, “não tem idéias”. Escreve e se expressa oralmente de forma precária. Estudar exige disposição, interesse, leitura atenta e cuidadosa. Estudar exige concentração, trabalho, disciplina, paciência, renúncia...
Aprender a ler e escrever; saber as quatro operações e decorar a tabuada, por exemplo, exigem esforço pessoal. Aliás, crescer e evoluir como ser humano é um ato solitário e doloroso. Estudar faz parte desta evolução e desta dor. Não posso esperar que os outros estudem ou sofram por mim. Pode não ser agradável sofrer. E o estudo regular pode não fazer parte da realidade de nossos alunos. Claro, são crianças e jovens: precisam [e devem] brincar e se divertir. Mas é lamentável vê-los à-toa o dia inteiro, apenas brincando e se divertindo, inclusive na escola. São incapazes de pegar um livro para ler, de arrumar a casa, lavar a louça, ou estender a própria cama, por exemplo.
Nosso adolescente deve ser ocupado com coisas simples de seu dia-a-dia. Deve se sentir integrado em sua família e comunidade. Do contrário, será presa fácil das drogas, dos traficantes e da violência urbana. Pior, pode vir a ser um aluno problema. Um problema cuja solução será cobrada, essencialmente, do educador. Por mais que os Conselhos Tutelares sejam acionados, a responsabilidade final será da Escola e de seus profissionais, sobretudo do professor.
Nossa criança e adolescente necessitam ser cobrados. Nosso jovem precisa traçar metas e objetivos claros de vida. Criança, da Pré-Escola ao Ensino Médio, acreditará na educação quando acreditar nela mesma. Quando se sentir cobrada e exigida pela comunidade escolar, na condição de sujeito da própria história. Só assim, tornar-se-á competente. Sentir-se-á capaz de enfrentar a vida e seus desafios. Não podemos responsabilizar os professores, e apenas eles, pelo sucesso ou fracasso do ensino-aprendizagem. Ninguém ensina nada a ninguém. As pessoas aprendem se quiserem e estiverem dispostas e determinadas a isto. Não se faz milagres na educação. Não se aprende por osmose.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Haicais (primeiras lições)
Haicais (Primeiras lições)
I
Ah! Ipê florido.
Debutante casadoira
Debutante casadoira
Espera marido...
IV
Cigarras, formigas...
Êta história antiga!
'Inda são inimigas...
VI
Noite de verão:
Frescor de haver chovido
Um dia de Sol...
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Poema
Para brincar de ler...
Mário Márcio de Quadros
Paula é mineira. Paulinha é menina. Paula, também...
Paula proseia, pula e canta. Paulinha boceja, feito criança.
Paula cochicha. Paulinha cochila. Paula, também...
Paulinha amanhece. Paula madruga.
Paula é poeta. Paulinha, invenção. Paula, também?
quarta-feira, 1 de junho de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
Poema
SEGREDO
Mário Márcio de Quadros
Sou um
Artigo
(i n d e f i n i d o)
Por definição.
Sou um
Mundo de palavras
(em pessoa e abstração)
Sou
Só
Silêncio e solidão.
Sou
Só
O segredo das mãos...
São João Del-Rei, Julho de 1982.
Poema
Olhos d’água
Mário Márcio de Quadros
À memória de meus pais, falecidos em 1972.
Amanhece...
Com vagar divago pela várzea.
O vento me toca leve e, breve, passa...
Amanhece...
Azul é o céu.
E verde: o olhar, os campos, a floração.
Amanhece...
Diversas aves canoras
d i s p e r s a s
Cantam...
No vau:
Mulheres fuxicam,
Esfregam, batem, e torcem roupas.
Amanhece...
Beija-flores, canários, sabiás... Enamoram-se,
E anunciam, e encantam o raiar do dia.
No vale
Homens ledos
Lepidamente lavram a terra:
E cavam, e cuidam, e plantam...
Amanhece...
A clareza do dia
Alumia e enleia a várzea.
A brisa me alisa
Espairece e arde:
S a u d a d e...
São João Del-Rei, Julho de 1978-2004.
Barbacena, Novembro de 2010.
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