quinta-feira, 20 de junho de 2013


ESCOLHER OU SER ESCOLHIDO[1]?

“A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de viagem”. Mateus, 15.

 

Professor Mário Márcio de Quadros

 

            Ontem, quinta-feira, 23 de maio de 2013, nós nos reunimos com o casal de professores da E. E. Henrique Diniz, Paula e Felipe. Vieram eles falar da seriedade, do compromisso e das dificuldades da escolha profissional acertada.

Tínhamos muitas dúvidas. Também eles tiveram, quando adolescentes. Filho de pais médico e engenheiro, Felipe tem irmãos que seguiram essas carreiras. Mas não queria ser nada disso! Sonhava ser pesquisador. Imaginava-se mergulhado em documentos históricos que desvelassem os mistérios e os enigmas do passado da cidade de Barbacena. Também não havia pensado ser professor de História! Mas, entre sonhar e realizar...

Um bom profissional será gerado com os pés fincados no chão.

Sonhando podemos realizar qualquer coisa na vida. Academicamente não damos conta de tudo. Mesmo que tenhamos cinco talentos e sejamos capazes de lucrar outros cinco. O bom e fiel servo fará escolhas. E o mais acertado é investir no brilho de nosso olhar, no amor e no prazer daquilo que realizamos, cotidianamente, sem o esforço, ou o peso da obrigação.
 Quando uma pessoa se põe naquilo que faz, ela explora seu maior talento: sua humanidade. E o trabalho deixa de ser apenas uma ocupação remunerada, um serviço. E passa a ser atividade que se destina ao aprimoramento do humano nos indivíduos.     
  Portanto, é preciso pesquisar. Trocar ideias. Ponderar. Conhecer o cotidiano. E descobrir o fazer diário da profissão que nos desperta interesse. Dinheiro? Status? Glamour? Não. Não. Nada disso. Amor. Alegria. Prazer. Sentimento de dever cumprido, de realização profissional. É o que se deve contar na hora de se escolher a carreira.

Nós, humanos, não existimos para nós mesmos. Nascemos para servir aos outros indivíduos. E servir com amor, com alegria, disposição, vontade e prazer.

Precisamos uns dos outros... E nosso talento de nada valerá se não acreditarmos na importância daquilo que fazemos. Trabalho digno? Aquele que provoca o bem-estar de quem o realiza e de quem o recebe.

 

“O teu olho é a luz do teu corpo. E se o teu olho for simples: todo o teu corpo será luminoso[2]”.

 

O profissional dedicado e amoroso será sempre escolhido o bem-aventurado aos olhos de Deus. Será a luz do mundo e o sal da terra.

 

Barbacena, 04 de junho de 2013.

 

 



[1]Antes que os convidados expusessem suas ideias, a pedagoga, Andréia, aplicou um teste vocacional aos presentes. O teste deixou claro que a maioria dos adolescentes sequer imagina o que fazer na vida, o que é normal, segundo ela.
[2] Mateus, 6:22.

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